E se a despesa continuar a derrapar?
1.Como escrevi no meu post anterior, farto de ver o nosso querido país a caminhar para o abismo, sem que, quem de direito, em vez de falar, falar, actuasse, resolvi “desligar-me” e vir desanuviar até ao Brasil. Mas nem aqui consegui evitar saber do que se tem passado em Portugal por causa do OE para 2011, sendo para mim um espanto praticamente todos dizerem que a proposta do desgoverno é péssima, mas que, mesmo assim, tem de ser viabilizada na Assembleia da República! Então e o conteúdo do OE, não interessa?
Ora, o OE foi apresentado por pessoas que, nos últimos 2 anos, têm, de longe, o pior record em execução orçamental da União Europeia. É o orçamento de uma equipa e de um governo que deixou deslizar a despesa pública em 1,8 mil milhões de euros em escassos quatro meses. O governo perdeu totalmente o controlo do que faz com o dinheiro dos portugueses.
Enfim, após vários episódios, onde só faltou ser apontada “uma pistola” à cabeça de Passos Coelho para ele levar o PSD a abster-se e a deixar passar o OE, lá veio um acordo, onde, fundamentalmente, sociais-democratas cedem na taxa máxima do IVA e o Executivo socialista nas deduções fiscais. O Sr. PR podia pelo menos ter-nos poupado a reunião de emergência do Conselho de Estado, só para “inglês ver”.
2.Querem ver um exemplo de como a despesa pública sobe sem controlo? Aí vai: o desgoverno de Portugal lembrou-se de lançar no Brasil uma campanha para ‘vender’ a imagem turística de Portugal aos brasileiros, por ocasião da 38ª edição da Feira das Américas, organizada pela Associação Brasileira das Agências de Viagens. Para tanto, enviou ao país irmão uma luzidia comitiva, encabeçada pelo Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade e, entre outras ações, fez uma jornada de publicidade, em 21 de Outubro, com o slogan “Já está na hora de você descobrir Portugal”, incluindo diversos anúncios nos órgãos de informação brasileiros. Agora, adivinhem onde se alojou a comitiva daquele membro do desgoverno e onde decorreu a sessão de apresentação? Pois bem, foi só no mais caro hotel do Rio de Janeiro: o Hotel Fasano.
Podia ter sido uma comitiva mais reduzida e tal evento ter-se realizado num bom hotel português, como, por exemplo, o ‘Pestana Rio Atlântica’, mas não, teve a numerosa comitiva e a sessão de apresentação de se instalar no Hotel Fasano, normalmente usado por milionários. Daí que, em vez de alguns milhares de euros, o desgoverno teve de gastar uns milhões. E ninguém ainda esclareceu o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, que Portugal está em crise, que é preciso poupar e que tal campanha teria de certeza um êxito bem maior se porventura tivesse contatado com as associações de emigrantes, já que ninguém ignora que são os nossos emigrantes os melhores “embaixadores” de Portugal?
E depois não se queixem que a despesa pública “derrapa”. Pudera! Este é apenas um exemplo de como o dinheiro dos contribuintes é mal gasto. http://comunidade.sol.pt/blogs/broca/default.aspx
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