sábado, 5 de junho de 2010

ALERTA: Na Suíça os funcionários consulares portugueses já registam uma perda de mais de 11,33% dos seus salários !

Os funcionários consulares portugueses na Suíça não reclamam um corte de vencimento de 1,5% + 1% a partir deste mês, pois compreendem e conhecem a situação nacional, mas sim a perda cambial que já é superior a 11% (o Ordenado em Euros pago por Portugal, e ali tributado em IRS, "injustamente" como se ali residentes, é "sempre" igual, depois convertido em CHF em conformidade com a parcela de câmbio na coluna na extrema direita a ver no primeiro dia de cada mês aqui:  http://www.igcp.pt/gca/?id=556).
ASSIM, A VERDADE É TAMBÉM ESTA:
O Secretário-Geral do STCDE, Jorge Monteiro Veludo, enviou ao "Jornal i" o esclarecimento seguinte, face a um artigo publicado no dia 1 deste mês, na pag. 30, intitulado "Queda do Euro. Governo recusa revisões salariais" - http://www.stcde.pt:
1 - Os trabalhadores nos Serviços Externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros na Suíça não receberam qualquer resposta do Governo à sua reivindicação de actualização salarial para compensar a variação cambial do euro relativamente ao franco suíço;
2 - Também a Comissão Executiva deste Sindicato não reccebeu qualquer resposta às diversas interpelações à tutela para abrir negociações;
3 -  A Lei (DL 444/99 de 3 de Novembro, art.° 63.°-4) prevê actualizações intercalares em caso de forte depreciação do euro;
4- Em 2007, 2008 e 2009, o quadro das variações do poder de compra e das actualizações salariais na Suíça é o seguinte:
2006/07: Variação do poder de compra: - 0,76 Actualizações: + 0,27 Perda: 0,49
2007/08: Variação do poder de compra: - 5,67 Actualizações: + 0,27 Perda: 5,40
2008/09: Variação do poder de compra: - 4,18 Actualizações: + 3,19 Perda: 0,99
5 - Assim, o efeito acumulado nos três últimos anos, foi uma perda de 6,88% e não, como erradamente consta do vosso artigo, um ganho de 5,87%, à qual acresce a recente desvalorização do euro relativamente às moedas locais, neste caso o franco suíço, a qual, comparando o 2.° semestre 2009 com o 1.° semestre 2010, já atinge 4,45%.

6 - Ao ex-Ministro Martins da Cruz, que não é suposto conhecer os factos acima, além de lembrarmos que, quando ministro, não nos actualizou, respondemos que, além de acompanharmos a imprensa, vemos atentamente as evoluções cambiais e até lemos o Diário da República...

Queda do euro. Governo recusa revisões salariais
Funcionários das embaixadas afectados pela perda de poder de compra, à conta da queda do euro, não vão ter compensações
O governo recusou qualquer tipo de revisão salarial aos funcionários da embaixada portuguesa na Suíça. Estes trabalhadores têm assistido no último ano e meio a uma desvalorização de salários - devido à queda do euro - e têm avançado com vários protestos, ameaçando aumentar o tom dos mesmos, através da realização de greves e manifestações.
Na Suíça, os funcionários portugueses reclamam que em 2009 registaram uma perda de 5,67% e este ano de mais 4%, pelo menos. A 21 de Maio, por exemplo, este conjunto de funcionários foi trabalhar vestido de luto, a protestar não tanto contra a queda do euro, mas acima de tudo contra a falta de respostas do governo português para resolver a situação.
Pois a resposta do governo chegou agora e não podia ser mais clara: para 2010 já não há qualquer revisão definida e não se prevêem quaisquer novos mecanismos para fazer face "a flutuações cambiais acentuadas", segundo a resposta do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) aos trabalhadores, que também lembra que estes funcionários na Suíça "obtiveram em 2007 e 2008 um ganho real de 5,87%". Com esta resposta, a contestação deverá agora acentuar--se até porque, e segundo foi possível apurar, há mais embaixadas onde a contestação pode aumentar de tom.
"As greves não fazem grande coisa. Temos de tomar uma posição mais visível", comentou a 21 de Maio Ana Cruz, funcionária e delegada sindical no consulado de Genebra. Uma manifestação a 10 de Junho, junto à residência do embaixador, é o protesto que está agora na forja, segundo a mesma sindicalista citada pela agência Lusa.
Valoriza, desvaloriza "Não pediram para o salário ser reduzido nos últimos 36 meses, quando o euro valorizava quase todos os dias", critica Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-embaixador português, ouvido pelo i sobre a pretensão dos funcionários das embaixadas.

Mas além da omissão do período de valorização do euro, Martins da Cruz relembra também os tempos de crise que se vivem actualmente. "Aparentemente estes funcionários desconhecem a grave situação económica e financeira em que está o país. Recomendo que lhes fossem enviados pelo menos os recortes de imprensa do último mês", atira, concluindo com um claro: "Haja juízo."

Com esta resposta aos funcionários da embaixada da Suíça, o governo passa igualmente uma mensagem aos trabalhadores de outras representações diplomáticas portuguesas, a sofrer com a desvalorização do euro e, logo, dos seus ordenados. Não haverá revisões salariais. A decisão, contudo, poderá acender um rastilho de contestação pois, conforme apurou o i, não é só na Suíça que a insatisfação está em crescendo.
por Filipe Paiva Cardoso , Publicado em 01 de Junho de 2010 http://www.ionline.pt/conteudo/62478-queda-do-euro-governo-recusa-revisoes-salariais

Sem comentários:

Enviar um comentário