sexta-feira, 28 de maio de 2010

Para quem ainda não entendeu o alerta do dia 22 passado neste blogue !

Um funcionário administrativo consular português na Suíça ganha, em média mensal, incluindo o 13° e 14° mês, depois dos mais de 35% de descontos do seu ordenado bruto tributado como residente em PORTUGAL, como vencimento liquido 2800 Euros. Não consegue, porque trabalha num consulado, um apartamento, T2 ou T3, por menos de 1.400 Euros. Por conseguinte restam-lhe 1.400, mas tem de pagar o seguro de responsabilidade civil contra terceiros, o seguro de doença e acidentes para a esposa e filhos, os custos de manutenção do apartamento (lixo, electricidade, esgotos, agua, ligação à rede de cabo TV e ràdio, porteiro, telefone, etc.), que é tudo obrigatório num valor que ronda os 400 Euros restando-lhe 1000 na melhor das hipóteses. Se tiver um automóvel poder-se-à abater mais 200 por mês no minimo e restam-lhe 800.
Em caso de doença paga no minimo 10% das despesas do proprio bolso, mesmo com o seguro obrigatório, Tratamento de dentes então nem falar, não faz parte do seguro de doença. Se incluir a creche dos filhos, etc., sobram uns 300 Euros por mês para comer vestir e se possivél umas férias por ano em Portugal. Como é  conhecido a Suíça não pratica os mesmos preços de Portugal (1 café custa 3 Euros, 1 Kilo de carne 15, etc.).
Por conseguinte, quando alguém olha para o vencimento declarado no IRS anual e tributado como residente em Portugal, é evidente que existe quem pense que "estes gajos" ganham para brutos e devem é ficar calados! - Infelizmente não é assim !!! - Por isso não ficam calados, por desejarem continuar a dar uma  imagem de Portugal excelente, mesmo em condições dificéis, num país no qual estão, afinal apenas, para servir os seus compatriotas e promover Portugal. POR PORTUGAL COM VERDADE !
LEMBRETE
IMPOSTOS - ALERTA !
Nova tabela de retenção na fonte já em vigor prejudica fortemente os funcionários portugueses activos no exterior
CONSULTE AQUI A NOVA TABELA:
Funcionários consulares e diplomáticos, professsores portugueses no exterior, etc, "à beira de uma crise de nervos" porque são igualmente abrangidos e tributados como se residentes em Portugal, para além de já sofrerem prejuízos cambiais. Alguns iniciaram entretanto tarefas paralelas como nos anos 70 para fazerem face aos compromissos e puderem pagar a renda de casa, creche dos filhos, seguros obrigatórios, etc.
Não admira que em breve se inicie como então venda de bilhetes de avião nos consulados, também pelos professores, oferta de abertura de contas bancárias, contratos de seguros e créditos, para que possam com um minimo de dignidade pessoal exercer as suas responsabilidades junto do país em que estão destacados. A HISTÓRIA REPETE-SE, PORQUÊ? - ALGUÉM ACORDA
NOTADORES -Tocou em ponto sensível
Do STCDE, imagine-se! É mesmo do STCDE: http://www.stcde.pt/
as considerações do Plenty-Potenciário em resposta ao chanceler Ruella, suscitam a pertinência de uma resposta do STCDE, para o que nos parece suficiente transcrever parte da carta-aberta dirigida às senhoras e aos senhoras diplomatas em 12 de Maio de 2003, que mantém toda a actualidade. melhores saudações sindicais - jorge veludo
O REGIME DE APOSENTAÇÕES
(Resumidamente, de uma forma muito simplista) pode dizer-se que, sendo o regime de aposentações contributivo, quem paga recebe, quem não paga não recebe, ou seja, virá a receber-se em função do que se contribuiu. E há, seguramente, muitos colegas nossos que prefeririam contribuir menos e vir a ter aposentações inferiores, ficando com um líquido mensal superior ao longo da sua vida profissional.
Da mesma forma que, alguns dos senhores, mais preocupados com os rendimentos após a aposentação, poderão aplicar meios financeiros, recebidos do MNE para além do vencimento, em seguros de vida ou planos de poupança reforma, por exemplo.
Importa, contudo, referir, que a questão não deixou de ser abordada aquando da negociação do estatuto profissional. Aquilo que teria sido lógico, e foi ensaiado, era termos escalões, índices e valor de índice 100 como na Administração Pública e, à semelhança do que se aplica a outros funcionários no estrangeiro, acoplar aos vencimentos, abono(s) ou subsídio(s), variáveis de país para país, eventualmente também em função dos grupos profissionais, das carreiras ou das categorias, sobre os quais não incidiriam retenções para a Caixa Geral de Aposentações e para a ADSE (mas, observe-se de passagem, deveriam incidir retenções em sede de IRS (, as quais, acrescidas àquelas, chegam a custar-nos 42,5%).
Duas razões conduziram a que os ensaios nesse sentido tivessem sido negativos:
O nosso sistema retributivo era (e ainda é, em certa medida) de tal modo caótico que, ou se baixavam alguns salários (o que é, logicamente, ilegal), ou se subiam significativamente outros (e não havia dinheiro para tanto), ou haveria categorias inferiores com abonos mais elevados do que as que lhe estão acima (o que seria incongruente).
Como a política de recursos humanos para os serviços externos sempre foi casuística e desatenta da legalidade, muitos colegas nossos não beneficiavam de cobertura pelo que à Segurança Social diz respeito, embora se trate de um princípio estruturante da Constituição da República (diga-se, aliás, que continua a haver quem esteja nessa situação e, registamos com desagrado, confrontamo-nos com indiferenças e resistências à resolução desta escandalosa ilegalidade).
Daí que, recorrendo ao princípio metodológico da Administração Pública portuguesa do "desenrasca", se tivesse permitido aos colegas portugueses nesta situação a sua inscrição na CGA, pagando contribuições sobre o salário global, universo este que já constituía metade dos entretanto vinculados.
Como não era aceitável/legal estes trabalhadores passarem a reter menos na sequência da transição, ou se criavam dois grupos de vinculados – previamente inscritos/novos inscritos -, o que não pareceu equilibrado (e ainda seria mais difícil de gerir para o pobre do DGA que nem assim dá conta do recado), ou restava a solução adoptada. Mas vale a pena ponderar que, se a situação daqueles que se vão aposentando é, naturalmente, agradável, não deixa de doer o que todos os meses nos é retido para o efeito. Mas não temos escolha. (in: carta aberta às senhoras e aos senhores diplomatas, 12.05.03) - In: http://www.notasverbais.blogspot.com . 24 Maio 2010
A diferença das espécies

Há crise quando se torna evidente que só há duas espécies de seres humanos: os que são a causa dela e os que sofrem os seus efeitos. - Manuel CDIV Paleólogo©

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