segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Funcionários consulares entregarão carta a MNE da Suíça e ameaçam com greve em Março

 
Lisboa, 18 fev (Lusa) -- Funcionários da embaixada e consulados de Portugal na Suíça entregarão em março uma carta no Ministério dos Negócios Estrangeiros suíço e ameaçam fazer greve devido à sua precária situação financeira, disse hoje um funcionário consular na Suíça.
"Já foi entregue um abaixo-assinado informando várias autoridades portuguesas que vamos entregar, em março, uma carta à ministra dos Negócios Estrangeiros da Suíça, Micheline Calmy-Rey, explicando a situação de precariedade em que vivem os funcionários consulares portugueses naquele país", disse à Lusa Marco Martins, funcionário consular na Suíça.
Segundo Martins, o abaixo-assinado foi enviado ao Presidente da República, Cavaco Silva, ao primeiro-ministro, José Sócrates, a diversos Ministérios e Secretarias de Estado, além de outras entidades.
"Esperávamos que isto não fosse necessário, pois enviar uma carta a expor a um país estrangeiro que Portugal não está a cumprir com os acordos, deixa a imagem de Portugal um pouco denegrida", sublinhou o trabalhador consular.
Martins indicou ainda que Portugal não está a cumprir um acordo firmado com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suíça de garantir a sustentabilidade dos seus funcionários consulares.
O abaixo assinado, que abrange funcionários da embaixada em Berna, consulados de Genebra, Zurique, escritórios em Sion e Lugano, e a representação na ONU, alerta para a precária situação financeira dos funcionários consulares naquele país devido à variação cambial e à aplicação dos cortes do Orçamento de 2011, entre outros fatores.
Segundo Martins, os salários dos funcionários consulares rondam os 3.000 mil francos suíços (2.323 mil euros) e, neste setor de atividade, os salários na Suíça são de cerca de 5.800 a 6.000 francos suíços (4.492 a 4.640 mil euros).
"É impossível viver na Suíça com os salários que nos são pagos, já que tudo é muito mais caro do que em Portugal", indicou ainda Martins.
Marco Martins indicou que depois da ameaça dos funcionários consulares na Suíça de boicotarem as eleições presidenciais, acreditou que as conversações poderiam resultar, entretanto, "nada foi resolvido".
"O secretário de Estado das Comunidades veio dizer (numa audiência na Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento, na sexta-feira) que foi criado um grupo de trabalho para analisar a questão laboral dos funcionários consulares, mas isso não vai resolver os nossos problemas", referiu Martins.
"Esperávamos não ser necessário entrar numa greve, porque, de facto, é a última alternativa que nos resta", sublinhou o trabalhador consular.
Segundo Alexandre Vieira, do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE), o sindicato irá apoiar as ações dos trabalhadores da Suíça, inclusivamente na possível greve em março. http://www.stcde.pt
Contactada, fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades, António Braga, disse à Lusa que não faz comentários sobre este assunto. CSR. - Lusa/Fim
 
AR chumba tectos às remunerações dos gestores públicos
O Parlamento chumbou hoje projetos de BE, PCP e CDS que limitavam as remunerações dos gestores públicos mas aprovou um diploma do CDS-PP que consagra a obrigação de envio ao Parlamento de um relatório com a remuneração daqueles profissionais.
Foram chumbados, através dos votos contra de PS e PSD, os projetos-lei do BE para limitar as remunerações dos gestores públicos e dos dirigentes e pessoal dos institutos públicos.
Também através dos votos contra de PS e PSD foi rejeitado o projeto de lei do CDS para alterar o estatuto do gestor público, limitando a sua remuneração, assim como a iniciativa legislativa do PCP, que alargava a limitação aos órgãos diretivos de institutos públicos, autoridades reguladoras independentes, empresas regionais, municipais, intermunicipais e metropolitanas. Diário Digital / Lusa - sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2011 - 13:44
 

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