Alguém acredita que um Secretário de Estado é capaz de afirmar que distribuir cartas é mais fácil que tirar rodadas de Imperial? Pois nós também não acreditávamos até vermos esta pequena maravilha que aqui anexamos...22 de Novembro de 2010
Tachar a crise? Por ora, simples pergunta
Não é gralha. Nomeação de um conselheiro económico (alto quadro do MNE) para a embaixada em Rabat quando já lá está o director-coordenador da delegação da AICEP, Eduardo Henriques, acreditado como conselheiro económico?
A confirmação:
Despacho (extracto) n.º 2373/2011. D.R. n.º 23, Série II de 2011-02-02
Despacho (extracto) n.º 2373/2011. D.R. n.º 23, Série II de 2011-02-02
Ministério dos Negócios Estrangeiros - Secretaria-Geral
Nomeação do inspector Francisco José Guerra Tavares para o cargo de conselheiro técnico junto da Embaixada de Portugal em Rabat e exoneração do cargo de director do Departamento Geral de Administração da Secretaria-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Ganham mais que o PR e o PM?
O que se segue não é diplomático, nem consular e muito menos protocolar, mas deve alegrar muito as chancelarias, à exceção de conselheiros técnicos que ganham o mesmo que os fundadores de Guimarães, ou mais para deixarem os embaixadores na inveja. Circula e sem desmentido, até agora, embora fosse bom que houvesse desmentido:
Folha salarial (da responsabilidade da Câmara Municipal) dos administradores, da Fundação Cidade de Guimarães, criada para a Capital da Cultura 2012:
- Cristina Azevedo - Presidente do Conselho de Administração: 14.300 euros (2 860 contos) mensais + Carro + Telemóvel + 500 euros por reunião
- Carla Morais - Administradora Executiva: 12.500 euros (2 500 contos) mensais + Carro + Telemóvel + 300 euros por reunião
- João B. Serra - Administrador Executivo: 12.500 euros mensais + Carro + Telemóvel + 300 euros por reunião
- Manuel Alves Monteiro - Vogal Executivo: 2.000 euros mensais + 300 euros por reunião
Todos os 15 componentes do Conselho Geral, de entre os quais se destacam Jorge Sampaio, Adriano Moreira, Diogo Freitas do Amaral e Eduardo Lourenço, recebem 300 euros por reunião, exceto o Presidente (Jorge Sampaio) que recebe 500 euros.
Em resumo: 1,3 milhões de Euros por ano, em salários. Como a Fundação vai manter-se em funções até finais de 2015, as despesas com pessoal deverão ser de quase 8 milhões de Euros !!! Reparem bem: Administradores ganhando mais do que o PR e o PM !
Esta obscenidade acontece numa região, como a do Vale do Ave, onde o desemprego ronda os 15 % !!! in: http://www.notasverbais.blogspot.com/
MAS ATÉ QUANDO É QUE ISTO VAI DURAR?
Assessor do PS na Câmara Municipal de Lisboa recebeu 41.100 euros do IEFP indevidamente Jovem dirigente do PS ganha salário de assessor a tempo inteiro, ao mesmo tempo que recebe subsídios do IEFP para criar empresa e posto de trabalho. Um jovem de 26 anos, sem qualquer currículo profissional nem formação superior, foi contratado, em Dezembro, como assessor técnico e político do gabinete da vereadora Graça Fonseca na Câmara de Lisboa (CML). Remuneração mensal: 3950 euros ilíquidos a recibo verde. Desde então, o assessor - que estava desempregado, fora funcionário do PS e candidato derrotado à junta de Freguesia de Belém - acumulou esse vencimento com cerca de 41.100 euros de subsídios estatais relacionados com a criação do seu próprio posto de trabalho.
Filho de um funcionário do PS, Pedro Silva Gomes entrou muito novo para os quadros do partido. Em 2006 foi colocado na Federação Distrital de Setúbal, onde se manteve até meados de 2008, ano em que foi reeleito coordenador do secretariado da secção de Santa Maria de Belém, em Lisboa. Entre os membros deste órgão conta-se a vereadora da Modernização Administrativa da CML, Graça Fonseca.
Já em 2009, Gomes rescindiu por mútuo acordo o contrato com o PS - passando a receber o subsídio de desemprego - e em Outubro foi o candidato do PS à Junta de Belém. No mês seguinte, perdidas as eleições, criou a empresa de construção civil Construway, com sede na sua residência, no Montijo, e viu aprovado o pagamento antecipado dos meses de subsídios de desemprego a que ainda tinha direito, um total de 1875 euros, com vista à criação do seu próprio posto de trabalho.
Logo em Dezembro, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aprovou-lhe também um subsídio, não reembolsável, de 57.439 euros, para apoio ao investimento na Construway e para a criação de quatro postos de trabalho, incluindo o seu. Deste valor Pedro Gomes recebeu 26.724 euros ainda em Dezembro, sendo 4086 para investimento e 22.637 para os postos de trabalho. No dia 1 desse mesmo mês, porém, o jovem empresário celebrou dois contratos de prestação de serviços com a CML, para desempenhar funções de "assessoria técnica e política" no gabinete de Graça Fonseca. O primeiro tem o valor de 3950 euros e o prazo de 31 dias. O segundo tem o valor de 47.400 euros e o prazo de 365 dias. 0 segundo destes contratos refere que os serviços serão prestados no gabinete de Graça Fonseca e no Gabinete de Apoio ao Agrupamento Político dos Vereadores do PS.
A autarca disse ao PÚBLICO que foi ela quem convidou Gomes e garantiu que ele é "efectivamente" assessor do gabinete do PS, cuja coordenação, acrescentou, lhe foi "confiada". Este gabinete, porém, não tem existência real, sendo que Pedro Gomes é assessor de Graça Fonseca. A vereadora garantiu desconhecer o facto de o seu assessor ter recebido os subsídios do IEFP. A direcção do instituto, por seu lado, adiantou que Gomes já recebeu este ano mais 12.593 euros para apoio ao investimento, tendo ainda a receber cerca de 10.500 euros. Face às perguntas do PÚBLICO sobre a acumulação ilegal do lugar de assessor com os apoios recebidos e aos indícios de que a Construway não tem qualquer actividade, o IEFP ordenou uma averiguação interna e admite vir a pedir a restituição dos valores recebidos pelo empresário.
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, não respondeu a várias perguntas do PÚBLICO. José António Cerejo
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