Lisboa, 15 set (Lusa) – O deputado do PS, Paulo Pisco, enviou hoje uma carta aos ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e das Finanças, Vítor Gaspar, apelando ao Governo que resolva a situação dos funcionários consulares em greve na Suíça, informou o parlamentar.
Na carta, Paulo Pisco apelou “ao sentido de justiça e de clarividência do Governo, para que resolva o problema destes portugueses que vivem na Suíça, que é também um problema de Portugal e do Estado Português, criando um mecanismo salarial que dê estabilidade às suas vidas, permitindo-lhes viver de forma condigna e decente, para que possam saber que o seu país não os abandona.”
Cinquenta e seis funcionários consulares na Suíça iniciaram no dia 29 de agosto uma greve por tempo indeterminado por falta de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros acerca da sua situação salarial.
A greve está a ser cumprida pelos trabalhadores da embaixada de Portugal em Berna, da missão junto da ONU em Genebra, os consulados naquela cidade e em Zurique, bem como os escritórios consulares em Sion e Lugano, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE).
“Na sequência da minha deslocação a Genebra e Zurique (12 e 13 de setembro), onde tive encontros com funcionários dos consulados, consegui perceber que há ali uma situação muito complexa e que comporta algum dramatismo em virtude da situação pessoal dos funcionários consulares”, disse à Agência Lusa Paulo Pisco.
Segundo o deputado, “a degradação salarial tem-se acentuado de tal maneira que a situação atingiu um ponto de grande dificuldade pessoal diária para todos os funcionários e que também tem um conjunto de repercussões de outra natureza para Portugal, para a imagem, para o prestígio do nosso país e para as suas relações com a Suíça.”
“O ponto de partida para esta situação radica essencialmente em dois pontos: a não existência de uma paridade fixa e razoável entre o valor do euro e do Franco Suíço em 1,51, como acontece com outros países; a aplicação de cortes salariais de 10 por cento idênticos também para o estrangeiro, sem levar em conta os respetivos níveis de vida”, referiu Paulo Pisco.
O parlamentar do PS frisou ainda que os mais de 200 mil portugueses estão a ser muito prejudicados com a greve, pois muitos têm problemas urgentes a resolver nos consulados, mas não podem fazê-lo devido à greve.
Segundo Pisco, “perante uma situação como esta e com uma comunidade tão vasta, alguma imprensa (suíça) vai aproveitando para soltar os seus preconceitos, como sempre acontece nestes casos, ainda por cima num país onde a xenofobia tem aumentado devido à ação de alguns partidos que espalham pelas cidades cartazes a apelar ao fim da imigração massiva.”
Paulo Pisco disse ainda que há um sentimento de abandono e revolta destes funcionários em relação ao Governo português.
O deputado do PS considerou que o Governo português estaria inclusivamente a desrespeitar acordos assinados com a Suíça, que determinam que os seus funcionários devam ter uma remuneração salarial que lhes permitisse viver condignamente naquele país.
A Lusa contactou várias vezes o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa, tendo o porta-voz salientado que não vão ser feitos comentários acerca da greve.
Quem é e o que faz o Presidente da República?
Entretanto a Comunidade Portuguesa na Suíça com o Apoio do CCP, entre outros, está a organizar uma Grande Manifestação de Apoio aos Trabalhadores Consulares para a sua quarta semana de greve !
Sem comentários:
Enviar um comentário