Deputado do PS quer que Governo resolva problemas dos funcionários consulares na Suíça
O deputado Paulo Pisco (PS) disse hoje que o Governo português deve resolver a situação dos funcionários consulares em greve na Suíça, já que está a provocar inúmeros prejuízos, não só financeiros, mas também para a imagem de Portugal.
“O meu desejo é que o Governo tire a cabeça da areia, que olhe para esta situação e resolva o problema de todas estas pessoas”, disse o parlamentar, eleito pela Emigração pelo círculo da Europa.
Paulo Pisco acrescentou que ouviu muitos funcionários e percebeu que a situação está a provocar “gravíssimos danos de natureza material e de natureza psicológica”.
“Será crueldade demais, será indiferença demais o Governo não dar atenção a esta situação”, disse o deputado, que esteve na Suíça e reuniu-se com os cônsules de Genebra e Zurique, além de inúmeros funcionários.
Cinquenta e seis funcionários consulares na Suíça iniciaram no dia 29 de agosto uma greve por tempo indeterminado por falta de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros acerca da sua situação salarial.
A greve está a ser cumprida pelos trabalhadores da embaixada de Portugal em Berna, da missão junto da ONU em Genebra, os consulados naquela cidade e em Zurique, bem como os escritórios consulares em Sion e Lugano, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE).
“Eu gostava que o ministro dos Negócios Estrangeiros (Paulo Portas) e o ministro das Finanças (Vítor Gaspar) viessem limpar as lágrimas dos funcionários, que eu vi quando começavam a falar da situação desesperada e de quando têm de dizer aos filhos que não tem dinheiro para lhes dar para as suas necessidades e até para ir à escola”, sublinhou o deputado do PS.
Paulo Pisco disse que há um sentimento, que neste momento “é de revolta perante a indiferença do Governo português, que não toma iniciativa de dar satisfação aos funcionários ou de tentar resolver a situação e era isso que o Governo devia fazer”.
“Portugal, inclusivamente, não está a respeitar acordos que existem (com a Suíça), que determinam que os seus funcionários devem ter uma remuneração salarial que lhes permitisse viver condignamente” naquele país, indicou.
“Os funcionários, inclusive os de topo, não estão a ter uma remuneração condigna porque já estão a receber abaixo do considerado o mínimo aceitável para a sobrevivência de um cidadão aqui na Suíça”, acrescentou.
O deputado disse que isso acontece também devido a “questões de natureza cambial, que estão a contribuir fortemente para a degradação da massa salarial”.
Paulo Pisco referiu que os portugueses residentes na Suíça estão impedidos de resolverem os seus problemas nos consulados devido à greve, o que é muito preocupante, e que as notícias divulgadas na imprensa suíça sobre esta situação de greve estão a prejudicar a imagem de Portugal naquele país.
Segundo o deputado, cerca de 200 mil portugueses estão a viver na Suíça.
A Lusa contactou várias vezes o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa, tendo o porta-voz salientado que não vão ser feitos comentários acerca da greve. 13.09.2011 - 16:31 Por Lusa
PCP quer reunião com embaixador para discutir greve de funcionários consulares e situação de professores na Suíça
Lisboa, 13 set (Lusa) -- O Partido Comunista Português (PCP) pediu hoje uma reunião urgente com o embaixador português em Berna para discutir a falta de apoio aos portugueses devido à greve dos trabalhadores consulares e também a situação dos professores na Suíça.
Em comunicado, a representação PCP na Suíça declarou que "protesta pela falta de apoio consular aos portugueses residentes neste país, situação que se mantém desde o final do mês de agosto, como consequência da greve nos postos consulares e nas representações diplomáticas".
Os membros do partido solidarizaram-se com os motivos que levaram os trabalhadores consulares a entrar em greve, visto que "é impossível viver na Suíça com os baixos salários de que estão atualmente a usufruir".
"A situação provocada pelos problemas da desvalorização do euro em relação ao franco suíço, o corte de 10 por cento no salário base e a aplicação das elevadas taxas pela entidade fiscal portuguesa, colocou os salários de todos os funcionários no limite da miséria", refere a nota.
Segundo o documento, "o momento que se vive não só prejudica esta categoria de funcionários, como causa enormes transtornos, prejuízos financeiros e de outra ordem à comunidade portuguesa residente".
Os 56 funcionários sindicais iniciaram no dia 29 de agosto uma greve por tempo indeterminado por falta de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros acerca da sua situação salarial.
A greve está a ser cumprida pelos trabalhadores da embaixada de Portugal em Berna, da missão junto da ONU em Genebra, os consulados naquela cidade e em Zurique, bem como os escritórios consulares em Sion e Lugano, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE).
A Lusa contactou várias vezes o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa, tendo o porta-voz salientado que não vão ser feitos comentários acerca da greve.
"Com os mesmos problemas estão os professores do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE) a lecionarem na Suíça, pondo em causa a continuidade dos cursos de língua portuguesa a mais de dez mil crianças", refere o comunicado.
O PCP sublinhou que, antes das últimas eleições, políticos do PSD e CDS/PP "foram incansáveis" em fazer denúncias, competindo agora "a estes partidos da coligação governamental a solução imediata do problema".
"Assim, o organismo local do PCP solicitou, com a máxima urgência, uma reunião com o embaixador de Portugal em Berna, com a finalidade de exigir a esta entidade uma clara intervenção junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa", lê-se o documento.
"Os funcionários do Estado português têm direito a um salário que lhes garanta um nível de vida digno na Suíça, e a comunidade tem o direito de ser assistida convenientemente. É preciso evitar o agravamento dos prejuízos", finalizou o partido.
O Bloco de Esquerda também hoje enviou um requerimento ao MNE a solicitar esclarecimentos !
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