segunda-feira, 15 de março de 2010

O Congresso do PSD

… só “termina” no próximo dia 26!

O congresso extraordinário do PSD, a 15 dias das eleições directas, foi um palco privilegiado para os candidatos Paulo Rangel e Passos Coelho ganharam apoios e descolaram de Aguiar-Branco, que fica claramente para trás depois deste congresso em Mafra.
Passos Coelho somou o apoio do ex-presidente Luís Filipe Menezes, o que de pouco lhe vai valer, mais o de Fernando Costa (presidente da Câmara de C. rainha), mas este ensombrou a sua intervenção, ao recusar água e a pedir vinho enquanto discursava.
Já Paulo Rangel recebeu apoios importantes: o líder da JSD, Pedro Rodrigues, e o líder do PSD/Madeira, Alberto João Jardim, e galvanizou mais os congressistas com os seus discursos, com mensagens mais claras face à atual crise – é preciso “libertar o futuro”, disse - e terá recuperado de alguma vantagem que Passos Coelho leva, até por ter sido o mais acutilante contra Sócrates.
Mas nada ficou decidido. De Castanheira de Barros apenas ficou a sua ideia de uma “via verde” para Portugal, com melhor ambiente, aliás uma antiga ideia do PSD, quase esquecida desde Carlos Pimenta. Enfim, no próximo dia 26 se verá quem os social-democratas escolhem.
Mas o grande trunfo com que o PSD podia ter saído de Mafra não aconteceu. Refiro-me a Marcelo Rebelo de Sousa, que foi ao Congresso fazer o melhor discurso, um discurso de estadista, uma autêntica lição de estratégia política, unanimemente aplaudido por todos os congressistas.
Porém, não houve um rasgo de inteligência por parte de nenhum dos candidatos, que deviam, logo após o discurso de Marcelo, ter proposto que os 4 desistissem a favor daquele. Então sim, creio que o mesmo aceitaria, pois a sua ida a Mafra foi um sinal de que estaria disposto a assumir outra responsabilidade.
E aí o PSD ganharia outra credibilidade, até porque a única proposta de Santana Lopes aprovada (tipo “lei da rolha”), é inadmissível, censurável e inaplicável e até não foi subscrita por nenhum dos candidatos.
Por fim, creio dever assinalar o que de mais realista li sobre o Congresso do PSD, transcrevendo a parte final da opinião de João P. Coutinho, no “C.M.” de hoje:
“… as eleições não se ganham com verdades; ganham-se com mentiras porque os portugueses preferem-nas. E se existiu erro no consulado de Ferreira Leite foi o de sobrevalorizar a maturidade dos portugueses; a crença ingénua de que era possível falar para adultos. Não é. Para regressar ao poder, não basta ao PSD eleger um líder e esperar que o engº Sócrates caia da cadeira. É preciso nivelar o discurso com a idade mental do eleitorado” (para bom entendedor…). Jorge da Paz

Sem comentários:

Enviar um comentário