domingo, 17 de janeiro de 2010

QUEM SABE, SABE !!!   
sábado, 16 de janeiro de 2010

Eleições
Uma nova pré-campanha eleitoral vai ter início em Portugal. Ainda parece que foi ontem que terminou o annus electoralis de 2009 (europeias, legislativas, municipais) e lá vamos nós para mais um ritual de sufrágio, que vai voltar encher os jornais e as televisões, desta vez de uma forma ainda mais fulanizada. Regressam as sondagens, as suas contradições e as dúvidas quanto à sua fiabilidade. Com os nomes do costume e alguns "realinhamentos" para provocar surpresa, listas de personalidades alinharão por detrás dos candidatos. Regressarão os "blogues da política" aos seus dias gloriosos, uns mais independentes, outros farouchement sectários, uns com linguagem marcada por uma saudável urbanidade, outros roçando a boçalidade insultuosa. Enfim, um déjà vu.
Este é o preço da nossa democracia, que tem a superior vantagem de colocar nas mãos dos cidadãos as múltiplas escolhas possíveis, nos variados níveis institucionais em que elas se podem objectivar. Um preço que, não obstante poder ser considerado pesado, por virtude das dispersão de atenções em temáticas muitas vezes mais adjectivas do que substantivas, deveria ter como contrapartida a geração de uma maior consciência pública e o lançamento de um debate mais aprofundado sobre as grandes opções que estão por detrás das escolhas de natureza política que são propostas.
Interrogo-me, contudo, se será possível detectar, como resultante desta cumulação de debates eleitorais, a decantação de uma opinião pública cada vez melhor informada para fazer face às propostas com que se vai confrontar no momento do sufrágio, a quem as campanhas eleitorais tenham proporcionado instrumentos de formação de vontade, assentes em verdadeiras alternativas objectivas de natureza programática. Nunca poderemos ter certezas sobre isto, mas sinto, de forma um tanto impressionista, que o debate político português mantém um superávite de "espuma dos dias" e um défice de racionalidade.
Esta constatação, a ser verdadeira, pode justificar algum desencanto com a "coisa pública" que se pressente em sectores mais jovens do eleitorado e, num contexto completamente diferente, o alheamento que se verifica em áreas das Comunidades portuguesas no exterior, que acabam por reflectir na abstenção a distância que sentem face à realidade política que observam.
Mas, enfim, sejamos optimistas. Pode ser que a próxima campanha eleitoral contribua para um muito melhor esclarecimento. Portugal e os portugueses merecem isso. Postado por Francisco Seixas da Costa no seu "blog" in: http://duas-ou-tres.blogspot.com/

1 comentário:

  1. Conheci a acção positiva deste nosso Embaixador quando estebve colocado no Brasil e desejo-lhe os maiores ~Exitos para o seu desempenho em Paris, pese embora as suas directas ligações ao PS, de quem já foi Secretário de Estado no tempo de Guterres.

    Este seu artigo revela a sua habitual prudência e estaria tentado a concordar com ele SE:

    - houvesse verdadeira liberdade de impremsa em Portugal;

    - os cidadãos não fossem constantemente enganados com "cenas" de grandes inaugurações de primeiras pedras e promessas de milhões para isto e para aquilo, que não se concretizam depois;

    - não houvesse tanta perseguição, inclusive com acções ma justiça e disciplinares, a quem se atreve a discordar do poder;

    - aos emigrantes fosse efectivamente facilitado o direito de votar!

    - etc., etc...

    Será que o ilustre Sr. Embaixador me acompanha nestas preocupações?

    Cordialmente, Jorge da Paz

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